terça-feira, 12 de julho de 2011

O youtube e os bastidores da F1

Todos os anos, depois que se acaba a temporada, nas férias enormes da F1, nós, fãs do esporte, ficamos, digamos, órfãos por uns cinco meses das emoções das pistas, motores, pilotos e disputas.

O Youtube tem se mostrado então, uma excelente ferramenta para matar as saudades. De Novembro a Março, é comum me flagrar acompanhando disputas memoráveis do passado, de todos os tempos, enquanto uma nova temporada não se inicia.

Durante a temporada, eu até dou um tempo mas, um vídeo hoje caiu praticamente no meu colo e é impagável. Como se sabe, Alonso venceu o GP da Inglaterra neste final de semana e antes da largada, andou com a primeira Ferrari a vencer um grande prêmio, de 1951, 60 anos atrás. O que a tv não mostrou e ninguém comentou por aqui, foi que Alonso deu, na verdade, duas voltas com o carro e se atrasou para a Parada dos Pilotos, tradicional desfile em caminhão aberto pelo autódromo, antes de cada largada. A narração é em espanhol, as voltas com o carro antigo são emocionantes, porque o piloto acelerou pra valer o bólido que pertence a Bernie Ecclestone e precisou de uma ajuda para alcançar o caminhão do desfile. Segue abaixo:

domingo, 10 de julho de 2011

Silverstone. Julho de 2011.

No dia 14 de Julho de 1951, Froilán-Gonzalez coroava a Ferrari com a primeira vitória na F1, em Silverstone. Ele ainda está vivo, com 88 anos e daria algumas voltas no circuito este fim de semana para comemorar os 60 anos do memorável feito. Não pode comparecer, pois, estava na Argentina dando entrevistas. Fernando Alonso foi o escolhido para a homenagem, pouco antes da largada da corrida. 52 voltas depois, o espanhol cruzava a linha de chegada em primeiro lugar, com a F150th Italia, alcançando sua 27ª vitória, igualando o feito de Jack Stewart e se posicionando na quinta posição no ranking dos maiores da história, atrás de Schumacher, com impressionantes 91 vitórias, Prost, 51 e Senna, com 41 chegadas no primeiro posto.
Um erro no segundo pit stop de Sebastian Vettel, lhe custou 7 segundos a mais na parada e ajudou o espanhol a alçar a ponta da prova, não largando mais. Finalmente um pouco de sorte em Maranello! Não fosse o erro da equipe, ainda assim Vettel estaria em maus lençóis, pois, Alonso abriu a última volta com 19,9 segundos de vantagem em relação ao alemão. Na linha de chegada, a diferença caiu para 16,5 segundos porque, como de costume, o espanhol quase parou o carro para cumprimentar mecânicos e engenheiros.
Fato estranho foi notar uma ordem de equipe na Red Bull, na última volta. “Maintain the gap” ou ´mantenham as posições´, foi o que foi dito aos pilotos que disputavam a terceira posição. Logo a Red Bull que sempre pregou a igualdade nas pistas e condenava os jogos de equipe. Início de uma pequena tensão? Webber esclareceu mais tarde que, logicamente, ignorou a ordem dos boxes.
Mais para trás, uma corrida fantástica. Schumacher e Hamilton mostraram serviço desde o início. Ambos galgaram várias posições já na largada e continuaram indo para cima. Gostei muito da corrida do alemão. Mostrou que ainda tem sim, lenha para queimar e fatalmente cumprirá os três anos de seu contrato com a Mercedes. Tudo indica que, se tivesse carro melhor, incomodaria muita gente. Hamilton sofreu um pouco com o equilíbrio da McLaren mas, quando estava com pneus novos, era o Hamilton de sempre. Correndo em casa, o inglês fez uma ultrapassagem excepcional em cima de Alonso, que mais tarde daria o troco.
A corrida de Sauber e Toro Rosso também foi brilhante. O mexicano Pérez e o japonês Kobayashi, são um show à parte no batalhão intermediário. Imagino o que eles poderiam fazer em uma equipe maior. Pena que o motor Ferrari da Sauber do japonês o traiu e o deixou na mão. Alguersuari pontuou pela terceira corrida consecutiva. Ótimo feito. Outro erro de box aconteceu com a McLaren, cujo mecânico não parafusou a roda dianteira direita de Jenson Button e logo após voltar para a pista, o piloto se viu obrigado a abandonar em casa, para a decepção do público que lotou o lendário circuito. Ele ainda não subiu no pódio em Silverstone em toda sua carreira na F1.
Tenho um amigo que mora em Londres e estava presente no autódromo. Pela internet após a corrida, ele tentou me explicar o calor da torcida dos ingleses, fanáticos por F1 e pelos pilotos da casa, Hamilton e Button. A Lotus-Renault sentiu a falta do difusor aquecido pelos gases de escapamento – proibido temporariamente pela FIA – e quase não apareceu nas disputas.
Outro que reagiu, apareceu e convenceu foi Felipe Massa. O brasileiro precisa mesmo mostrar serviço e a investida para cima de Lewis Hamilton na volta final, apesar de não ter dado certo, foi decisiva. Fez jus ao salário que recebe e ao carro que tem. É o que se espera de um piloto de F1, principalmente da Ferrari, que está entre os melhores do mundo em busca da liderança. O piloto vem mostrando recuperação constante no grid. O mesmo pode ser dito de Mark Webber, o pole position, que finalmente emparelhou com seu companheiro de equipe. Pastor Maldonado também fez a Williams aparecer um pouco, tanto na corrida, quanto na classificação. A equipe de Grove merece e promete para o ano que vem, com a volta dos motores Renault.
Apesar da reação da Ferrari, dificilmente os títulos de pilotos e construtores sairão das mãos da Red Bull mas, pelo menos, o campeonato parece estar ficando mais disputado. Toda e qualquer hegemonia, cansa. Faltou um pouco mais. Um pouco mais da Williams, um pouco mais de Barrichello e o nome do estreante Daniel Ricciardo, excelente promessa para um futuro próximo sequer foi citado, uma vez que a Hispania, como de costume, ficou para trás.
Continuemos a torcer por um grande espetáculo, que finalmente, parece estar acontecendo. Fiquem com Deus.

sábado, 9 de julho de 2011

À procura de um ídolo

Já repararam como a maioria esmagadora das pessoas não vive sem um ídolo?

Os ídolos são modelos de pessoas, que por muitas vezes nos confundimos e os fundimos com a perfeição, a imortalidade, o inalcançável. Um erro de nossa parte. Básico e grosseiro.

Digo isso porque - e lá vou eu falar de futebol outra vez - assistindo o primeiro jogo - péssimo - do Brasil na Copa América, logo vi que Alexandre Pato parecia ser ´o cara´, o ´novo´ cara, digamos assim. E caí neste pensamento da procura de um ídolo.

Porque logo quando Senna morreu, Barrichello foi automaticamente alçado à condição de novo Senna, novo Deus, novo cara... E o peso foi tamanho em suas costas e ele era tão novo que, apesar de ter o seu estilo e o seu brilho, acabou não conseguindo realizar os sonhos do povo brasileiro.

Já comentei aqui que não curto e não entendo bulhufas de futebol. Sou corinthiano, não assisto jogos, as únicas duas vezes que estive em um estádio foi para levar um amigo sãopaulino de São José do Rio Preto. É... Um corinthiano em jogos do São Paulo. Paciência.

Mas, assisto aos jogos da seleção e sempre soube que Pelé, Garrincha, Romário, Ronaldo, Ronaldinho, Roberto Carlos, dentre outros, sempre foram ídolos. Aqueles caras que chegavam e decidiam, simples assim. Assistindo ao jogo desta semana, me lembrei que já faz um certo tempo que esses caras ou estão fora, ou já não têm o pique de outrora para fazer bonito. É incrível como nossa mente já busca outro alguém que ´salve a pátria´. Todos fazem isso mas, parece que no Brasil é pior ainda.

´Só faltou o gol´, diria Pato mais tarde. Porra! Então faltou tudo! OK, eu não tenho o conhecimento técnico - embora todo brasileiro seja técnico! - para analisar cada jogada, drible, posses de bola e essas coisas todas. Mas, o Brasil caiu de ritmo no segundo tempo, como tem sido nos últimos, sei lá, três jogos. E não teve gol. Pois é, o cara aqui que não entende nada de futebol está desgostoso, porque não teve gols e é o que mais se espera quando se senta a bunda por 90 minutos diante da tv. Ué, eu poderia estar curtindo o meu carro, estudando, indo ao clube e realmente faria isso tudo se não fosse aquela boa e velha esperança de ver um jogo de arrepiar.

Na F1 também é assim. Já repararam quantos caras vieram após o Senna? Felipe Massa, após Barrichello é o caso mais conhecido. Eu mesmo o alcei a posto de ´campeão virtual´ de 2008. Barrichello, Christian Fittipaldi, Ricardo Zonta, Luciano Burti, Massa, di Grassi, Bruno Senna... Cada um deles já levou no capacete - e principalmente nas costas - o peso dos sonhos de cada torcedor brasileiro.

Eu mesmo sou assim. Os ídolos são importantes, reconheço. Mas, é preciso se lembrar que eles não são imortais, nem eternos, muito menos perfeitos. Senna morreu. Não haverá ´novo Senna´. Cada piloto, cada jogador, cada ser humano, qualquer que seja a sua ocupação, tem o seu nome, o seu estilo e as suas características que devem ser sempre reconhecidas e respeitadas. Aqui no Brasil, o vice não vale nada. Uma pena. Para uma pessoa fazer o seu trabalho árduo e chegar em segundo, terceiro que seja é um tremendo sacrifício.

O Rubinho está lá com seus 39 anos, fazendo o que pode com a Williams. Ainda sonha. Ainda corre. Ainda se diverte. É recordista absoluto em grandes prêmios disputados na F1 e ano que vem chega à impressionante marca de 20 campeonatos disputados! Merece reconhecimento. Como Massa e todos os outros.

Daqui a pouco tem jogo da seleção novamente. Boa sorte ao Pato e todos os outros. Busquemos nossos ídolos. Mas, tenhamos a cabeça no lugar. É isso.