segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Interlagos, 2011

Certos dados e estatísticas são realmente interessantes. Nos trazem informações que jamais imaginamos sobre determinado assunto.

Quando se trata da F1 e das cidades onde os GPs são disputados então, eu acho muito legal.

Tive a felicidade de ver hoje na tv que nada mais nada menos que 12 milhões de turistas viajam para São Paulo anualmente, para conferir pelo menos um dos 90 mil eventos - teatros, shows, esposições - que a cidade oferece num período de 12 meses!

Sendo a F1 o maior e mais lucrativo de todos, fica aí a informação para ilustrar este primeiro tópico sobre a corrida que fechará a temporada 2011 no final do mês.

Os primeiros Hondas na F1 - por Andratto.

Esta é a primeira participação aqui no blog! O amigo Andratto, do RJ, divide comigo a admiração pela marca Honda e fez um ótimo trabalho, uma pesquisa histórica como ele mesmo define - um breve resumo dos carros fabricados pela Honda durante a sua primeira investida na Fórmula 1, ainda na década de 60. Espero que gostem...


Eu já vinha mesmo há tempos querendo fazer um levantamento de fotos, vídeos, carros e textos históricos da F1 e acho que começamos então com o pé direito! Obrigado, Andratto! Segue o trabalho:

1964 - RA271

Apenas 4 anos depois de fabricar seu primeiro automóvel, a Honda estreava no mundial de Fórmula 01 com o RA271 no GP da Alemanha. Construído entre 62 e 64, o RA271 não chegou a ser um estreante vencedor, mas ao lado das Ferrari e dos BRM, foi um dos três carros daquele ano a ter motor e chassis integralmente desenvolvidos pelo time.


O DOHC V12 de 1500cc era disposto transversalmente e surpreendia pelas 12.000RPM e pela alta potência (220), experiência adquirida pela Honda nos campeonatos de motociclismo.


Sua estrutura era de monocoque com sub-frame tubular, usava pneus aro 13 e contava com um câmbio de seis velocidades para acelerar seus 525kg. Outra curiosidade era o sistema de escape, que tinha apenas quatro saídas, uma para cada três cilindros.


Para o GP da Itália de 65, a Honda substituiria os doze carburadores Keihin por um sistema de injeção de combustível, aproveitando as pistas de alta velocidade para demonstrar o verdadeiro potencial de seu primeiro F1.



1965 - RA272

A segunda geração da série, o RA272, deu à Honda a sua primeira vitória na Fórmula 1 já no seu segundo ano de participação. O podium, todavia, veio apenas na última corrida do calendário, o Grande Prêmio do México, pelas mãos do piloto americano Richie Ginther.






1966 - RA273

Apesar do belo motor V12 3.0 de 360HP desenvolvido pela Honda à partir do novo regulamento, o RA273 tinha o chassis pesado e mal desenhado. Com um peso total que variou de 740 a 650kg, não conseguiu chegar à vitória.




O Honda de John Surtees:



1967 - RA300

Utilizando um chassis desenvolvido pela Lola (UK), o RA300 venceu logo na sua corrida de estréia. O Hondola, como foi apelidado pela imprensa especializada, venceu o Grande Prêmio da Itália conduzido pelo britânico John Surtees.




1968 - RA301 e RA302

Com um desempenho comparativo muito inferior ao modelos anteriores o RA301 chegou ao podium apenas duas vezes naquele ano e foi substituído na metade da temporada pelo RA302. Este foi o último modelo da série e sua estréia no Grande Prêmio da França durou apenas duas voltas, quando um acidente tirou a vida do piloto Francês Jo Schlesser. Por causa do grave acidente, John Surtees recusou-se a dirigir o carro no Grande Prêmio da Itália, levando a Honda a abandonar as pistas.


RA301





RA302





E pra fechar segue um vídeo da primeira vitória do RA272:

Assim não, Luca...

A F1 precisa de mais testes durante o ano. Fato.
A categoria precisa deixar de depender tanto da aerodinâmica. Também concordo.
Poderia haver um terceiro carro por equipe, que seria assim bem mais veloz que os carros do fim do grid, que chegam a ser 2s ou 3s mais lentos que os ponteiros. Ok, é uma opção interessante.

O que eu discordo brutalmente é a forma como Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari faz para impor as suas reclamações. Ameaçando tirar a equipe de campo, caso não sejam acatadas as mudanças.

Uma equipe dessa estirpe não pode se dar ao luxo de parecer um menino mimado. Não é a primeira vez nos últimos anos que eles aparecem com essa conversa. E, desta vez, o tom ficou um tanto mais feio e convencido: Não há F1 sem a Ferrari, bradou Luca. Absurdo! Claro que, caso a equipe resolva mesmo se retirar, pela primeira vez desde o surgimento da categoria, no longínquo 1950, faria muita falta, pois é a mais tradicional e a que mais atrai fãs mundo afora, os tiffosi, fanáticos torcedores do Cavallino Rampanti, mas dizer que a categoria praticamente deixaria de existir, ou que não haveria mais emoção alguma no certame, é um tremendo exagero.

Por outro lado, a Ferrari também amargaria deixar de ganhar milhões de dólares em publicidade, perderia um laboratório de desenvolvimento e pesquisa imenso - as pistas - e sairia com a imagem bastante arranhada. Duvido que aconteça um dia, por isso mesmo é que fica ainda mais feio esse tipo de ameaça. Será então que McLaren, Red Bull e Renault, por exemplo, não dariam conta do recado? Mais tarde, uma nota divulgada no site da Ferrari negava que a escuderia pudesse abandonar a competição, como se as palavras do presidente tivessem sido mal interpretadas.

O que dá para entender, é que a falta de testes durante a temporada e a dependência quase que total em relação à aerodinâmica, pode fazer com que a Red Bull domine também a temporada 2012 da categoria e aí então seria o quinto ano consecutivo sem um título da Ferrari. Alerta vermelho... Não há muito o que fazer a não ser esperarmos, enquanto os engenheiros de Maranello trabalham no bólido da próxima temporada a todo vapor há meses.

Também aproveitaram e deixaram bem claro que Felipe Massa tem contrato até o final de 2012 e que vai cumpri-lo até o fim, afastando rumores de que o piloto brasileiro não permaneceria na equipe no próximo ano.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Rumores...

Nunca gostei dos mais que conhecidos boatos e rumores dos bastidores da F1. Vai chegando final de temporada, o mercado de pilotos (que termo xulo também, hein...) começa a ser especulado e um monte de declarações e certezas começam a aparecer na imprensa.

Procuro nunca dar ouvidos, aliás, sempre leio e não comento com ninguém, mas fico no meu canto esperando para ver o que vai acontecer, se o pessoal acerta ou não as previsões do ´mercado´.

Desta vez, resolvi entrar na brincadeira. Brincadeira séria, diga-se de passagem. Não vou bradar aos quatro cantos que tal piloto vai pilotar por certa equipe, de maneira nenhum. Não tenho bola de cristal, não sou adivinho e não quero dar a minha cara para bater. Entretanto, alguns acontecimentos realmente têm que ser levados em consideração e a partir daí, dá para imaginar alguma coisa, mas sem garantia.

Comecemos por quem? Os brasileiros? Ok. Barrichello, os mais velhos, primeiro... Estamos em meados de Outubro e até agora nada de contrato assinado para o ano que vem. Pior: Sir Frank Williams precisa de dinheiro e está de olho em pilotos pagantes. Aqueles com patrocínio forte, sabe? Existem alguns novatos na lista do dirigente da equipe e agora o nome de Kimi Raikkonen volta a figurar no padock, pois ele fez uma visita (amigável e pessoal?) à fábrica da equipe, recentemente. Rubinho tem defendido sua posição com unhas e dentes, lógico. E, eu acho que ele tem razão. Essa história de equipe ficar mudando de piloto quase todos os anos... Fica difícil acertar um carro assim, ter os mesmos profissionais se entrosando com o tempo e por aí vai.

Basta voltar pouco no passado e relembrar o estilo de vida de kimi - descompromissado com a F1, com festas e baladas regadas à bebidas alcoólicas, etc. E está parado a duas temporadas. Isso faz falta. Pilota de rally, sim, mas vamos separar as habilidades. As equipes de ponta mantiveram seus pilotos. Barrichello tem conversado com outras equipes, mas as opções são poucas e mais para o fundo do grid. Lamentável para um piloto tão experiente e gente boa como ele. Faço votos de que fique na Williams e ela evolua um pouco mais em 2012. Ele ainda é competitivo e tem potencial.

Felipe Massa. Tá ficando complicado também. Ele precisa mostrar serviço à equipe e rápido. Já é segundo piloto, recebendo inclusive ordens via rádio e obedecendo. Logo ele que falou tão mal do episódio com Nelsinho Piquet, tempos atrás. O pior é que a Ferrari, não está nem um pouco interessada em ter dois pilotos de ponta lutando pelo título entre si. Eles querem que Felipe melhore (até para ajudar a angariar pontos para o campeonato dos construtores), mas que não chegue a ameaçar Alonso. Às vezes eu enxergo Massa indo para a Mercedes, no lugar de Schumacher, quando o alemão parar de vez, às vezes o vejo pegando uma Toro Rosso, por exemplo. Mais um ano na Ferrari está garantido, depois, sinceramente não sei e nem acho que seria uma boa ideia continuar. Viver ao lado de Alonso não é fácil e o brasileiro ainda tem lenha para queimar, em vez de ficar ajudando alguém a galgar um título.

Bruno Senna. Situação complicada também. Está adquirindo experiência e mostrando serviço - superando o companheiro Petrov, chegando ao Q3, pontuando... Mas, será muito difícil ficar com a vaga do russo, caso Kubica consiga, realmente, ter condições de voltar a pilotar e rápido.
Bruno já não é tão novo e precisa, pelo menos, estar no grid. Em um carro bom, claro. A Renault, embora tenha dito que será mais conservadora no carro do ano que vem, principalmente no que tange os escapamentos, é uma excelente equipe, com estrutura e histórico na categoria.

Lá na frente, Alonso, Hamilton, Button, Vettel e Webber mantiveram as posições. Button acaba de renovar, mas não foi divulgado por quanto tempo. Hamilton precisa de férias e com certeza de um novo manager na carreira. A McLaren insiste em concordar com seu estilo agressivo mas, enquanto ele estiver estragando a corrida de um, batendo no bico de outro, pondo alguém na grama ou furando pneus de alguém, tudo bem, o problema é que qualquer hora o menino pode se machucar sério. Tão novo, apenas um título e vive se comparando com Ayrton Senna...

A Ferrari promete mais ousadia no carro de 2012, que deve ser feito bem ao gosto de Alonso, para tentarem conter um pouco a imbatível Red Bull. Mas, a McLaren diz que quer ser a mais temida do grid. A verdade é que os brasileiros vão perdendo interesse em acompanhar as corridas se não há bons brasileiros disputando as primeiras posições no grid. A tv já começou a fazer de Bruno Senna um instrumento de marketing no coração do público, infelizmente.

A Mercedes e Niko Rosberg estão felizes um com o outro e Ross Brawn também já promete projetos mais ousados em seus carros. Schumacher não pilotará para sempre e uma vaga na equipe de ser aberta em 2013, no máximo 2014. O bom Mark Webber também é um que vai bem mas, já começa a perder o gás, principalmente frente ao companheiro praticamente bicampeão mundial. ´Minhas chances de título terminaram ano passado´, disse um já conformado Webber. Conformado... Tá aí uma situação e um sentimento que um piloto de F1 não deve sentir. Massa parece estar assim também.

Eu gostaria de ver um pouco mais de agitação na F1. Talvez até nem tanto na dança das cadeiras entre pilotos e equipes, mas um retorno de Kubica, um acerto melhor em Ferrari, McLaren, Mercedes e Renault para equilibrar mais e embolar mais a disputa. A eliminação dos testes durante a temporada acaba por minar os planos de desenvolvimento das equipes.

Com um campeonato já decidido há tempos a favor de Vettel, as equipes já trabalham em seus modelos 2012 desde o meio do ano. As últimas corridas até podem mostrar alguma coisa, pois não há mais tanta coisa em jogo. E as primeiras provas do próximo ano mostrarão, quem acertou a mão, quem vai amargurar mais 12 meses de maus resultados.

sábado, 24 de setembro de 2011

Brasileiro, o torcedor ingrato

Vocês se lembram daquele sujeito legal, corredor de F1, nascido na Zona Norte de São Paulo em 1960, tricampeão mundial na categoria pela McLaren Honda, que teve a carreira - e a vida - encerradas tragicamente em 1o. de Maio de 1994?

É claro que estamos falando de Ayrton Senna da Silva, o eterno ídolo, campeão e motivo de orgulho brasileiro. Dentre as inúmeras frases célebres de Senna, para ilustrar este tópico, vou citar uma: "Brasileiro só aceita título se for de campeão, e eu sou brasileiro".

Pois bem, tenho ouvido pessoas dizerem que já não estão acompanhando o campeonato deste ano, porque ´este já é do alemão, outro alemão, só me faltava essa...´ e me lembrei do quanto o torcedor brasileiro é passional, e por muitas vezes, absolutamente ingrato. Não apenas na F1, mas em todas as esferas do esporte, a gente só quer ver brasileiro vencendo. Se não vencem, já são odiados e por muitas vezes, motivo de chacota.

Parece que é só nesta hora que somos patriotas. Absurdo. Ou então, outras pessoas parecem proteger seus ídolos. A palavra vice campeonato parece simplesmente não existir no vocabulário tupiniquim. Felipe Massa foi vice em 2008, em um campeonato fantástico, disputou curva a curva com Lewis Hamilton até cruzar a linha de chegada em Interlagos levando, por poucos segundos, o título de campeão mundial. O título acabou ficando com o inglês, e Massa passou a ser considerado por muitos como ´campeão virtual de 2008´. Campeão virtual? Gostaria muito de entender essa explicação. Já ouvi o mesmo termo em relação a Barrichello, no campeonato 2009.

Rubinho já foi vice. Pela Ferrari, pela Brawn GP e Massa também ostenta um vice campeonato pela Ferrari. Poucos se lembram. Mas, isso é muito. É uma dificuldade tremenda chegar à F1. Pontuar então, já é uma glória. Vencer uma corrida é dificílimo e um campeonato, nem se diga. Boa parte dos torcedores brasileiros foi ´mimada´ por aquelas fantásticas e inesquecíveis manhãs de domingo. Muita gente acha que ´temos´ que ter outro Ayrton e ponto final.

Um vice campeonato conta muito no currículo desses pilotos fantásticos e o número de pontos acumulados por Felipe Massa e Rubens Barrichello é sim de se impor respeito. Bruno Senna também está fazendo muito bem a parte dele. Em que pese ser comparado ao tio e ter uma enorme pressão por parte da equipe, por parte dele próprio, já começa a ter um país inteiro nas costas, ´seco´ e carente de resultados, vitórias, campeonatos.

Bruno parece lidar muito bem com a pressão. Felipe Massa também. Acho que o sobrinho de Ayrton está fazendo o dever de casa excelentemente bem. Ele comete poucos erros, aparece, consegue ser mais rápido que seu companheiro de equipe. Até a batida na primeira curva em sua estreia pela Renault, acabou sendo bem vinda. Ele fez uma ótima corrida de recuperação, já esteve duas vezes no Q3, a parte final da classificação de sábado e constantemente é mostrado pelas câmeras de tv da FIA, para o mundo todo.

As vezes em que Rubens chegou a enfrentar Schumacher, foram maravilhosas. É claro que todo brasileiro sente orgulho e quer mesmo ver esse tipo de coisa. As vitórias de Fittipaldi, as disputas e as dobradinhas de Senna e Piquet, entraram para os anais do automobilismo mundial mas, todos eles também cometeram erros, perderam pontos preciosos, corridas ganhas e saíram das disputas de campeonatos, ora por serem um pouco agressivos demais, ora por estarem sob absoluta pressão.

Portanto, crucificar os brasileiros é um verdadeiro sacrilégio. O título deste ano está merecidamente nas mãos de Vettel e a briga, da segunda posição para trás, está incrível.

Anotem aí, outros dois nomes já respeitados na F1 e que têm tudo para incomodar nas próximas temporadas: o mexicano Perez e o japonês Kobayashi, ambos da Sauber.

O nível dos pilotos atuais não deve nada ao nível dos pilotos de outras épocas, sempre citados pelas pessoas. Simples assim.

terça-feira, 12 de julho de 2011

O youtube e os bastidores da F1

Todos os anos, depois que se acaba a temporada, nas férias enormes da F1, nós, fãs do esporte, ficamos, digamos, órfãos por uns cinco meses das emoções das pistas, motores, pilotos e disputas.

O Youtube tem se mostrado então, uma excelente ferramenta para matar as saudades. De Novembro a Março, é comum me flagrar acompanhando disputas memoráveis do passado, de todos os tempos, enquanto uma nova temporada não se inicia.

Durante a temporada, eu até dou um tempo mas, um vídeo hoje caiu praticamente no meu colo e é impagável. Como se sabe, Alonso venceu o GP da Inglaterra neste final de semana e antes da largada, andou com a primeira Ferrari a vencer um grande prêmio, de 1951, 60 anos atrás. O que a tv não mostrou e ninguém comentou por aqui, foi que Alonso deu, na verdade, duas voltas com o carro e se atrasou para a Parada dos Pilotos, tradicional desfile em caminhão aberto pelo autódromo, antes de cada largada. A narração é em espanhol, as voltas com o carro antigo são emocionantes, porque o piloto acelerou pra valer o bólido que pertence a Bernie Ecclestone e precisou de uma ajuda para alcançar o caminhão do desfile. Segue abaixo:

domingo, 10 de julho de 2011

Silverstone. Julho de 2011.

No dia 14 de Julho de 1951, Froilán-Gonzalez coroava a Ferrari com a primeira vitória na F1, em Silverstone. Ele ainda está vivo, com 88 anos e daria algumas voltas no circuito este fim de semana para comemorar os 60 anos do memorável feito. Não pode comparecer, pois, estava na Argentina dando entrevistas. Fernando Alonso foi o escolhido para a homenagem, pouco antes da largada da corrida. 52 voltas depois, o espanhol cruzava a linha de chegada em primeiro lugar, com a F150th Italia, alcançando sua 27ª vitória, igualando o feito de Jack Stewart e se posicionando na quinta posição no ranking dos maiores da história, atrás de Schumacher, com impressionantes 91 vitórias, Prost, 51 e Senna, com 41 chegadas no primeiro posto.
Um erro no segundo pit stop de Sebastian Vettel, lhe custou 7 segundos a mais na parada e ajudou o espanhol a alçar a ponta da prova, não largando mais. Finalmente um pouco de sorte em Maranello! Não fosse o erro da equipe, ainda assim Vettel estaria em maus lençóis, pois, Alonso abriu a última volta com 19,9 segundos de vantagem em relação ao alemão. Na linha de chegada, a diferença caiu para 16,5 segundos porque, como de costume, o espanhol quase parou o carro para cumprimentar mecânicos e engenheiros.
Fato estranho foi notar uma ordem de equipe na Red Bull, na última volta. “Maintain the gap” ou ´mantenham as posições´, foi o que foi dito aos pilotos que disputavam a terceira posição. Logo a Red Bull que sempre pregou a igualdade nas pistas e condenava os jogos de equipe. Início de uma pequena tensão? Webber esclareceu mais tarde que, logicamente, ignorou a ordem dos boxes.
Mais para trás, uma corrida fantástica. Schumacher e Hamilton mostraram serviço desde o início. Ambos galgaram várias posições já na largada e continuaram indo para cima. Gostei muito da corrida do alemão. Mostrou que ainda tem sim, lenha para queimar e fatalmente cumprirá os três anos de seu contrato com a Mercedes. Tudo indica que, se tivesse carro melhor, incomodaria muita gente. Hamilton sofreu um pouco com o equilíbrio da McLaren mas, quando estava com pneus novos, era o Hamilton de sempre. Correndo em casa, o inglês fez uma ultrapassagem excepcional em cima de Alonso, que mais tarde daria o troco.
A corrida de Sauber e Toro Rosso também foi brilhante. O mexicano Pérez e o japonês Kobayashi, são um show à parte no batalhão intermediário. Imagino o que eles poderiam fazer em uma equipe maior. Pena que o motor Ferrari da Sauber do japonês o traiu e o deixou na mão. Alguersuari pontuou pela terceira corrida consecutiva. Ótimo feito. Outro erro de box aconteceu com a McLaren, cujo mecânico não parafusou a roda dianteira direita de Jenson Button e logo após voltar para a pista, o piloto se viu obrigado a abandonar em casa, para a decepção do público que lotou o lendário circuito. Ele ainda não subiu no pódio em Silverstone em toda sua carreira na F1.
Tenho um amigo que mora em Londres e estava presente no autódromo. Pela internet após a corrida, ele tentou me explicar o calor da torcida dos ingleses, fanáticos por F1 e pelos pilotos da casa, Hamilton e Button. A Lotus-Renault sentiu a falta do difusor aquecido pelos gases de escapamento – proibido temporariamente pela FIA – e quase não apareceu nas disputas.
Outro que reagiu, apareceu e convenceu foi Felipe Massa. O brasileiro precisa mesmo mostrar serviço e a investida para cima de Lewis Hamilton na volta final, apesar de não ter dado certo, foi decisiva. Fez jus ao salário que recebe e ao carro que tem. É o que se espera de um piloto de F1, principalmente da Ferrari, que está entre os melhores do mundo em busca da liderança. O piloto vem mostrando recuperação constante no grid. O mesmo pode ser dito de Mark Webber, o pole position, que finalmente emparelhou com seu companheiro de equipe. Pastor Maldonado também fez a Williams aparecer um pouco, tanto na corrida, quanto na classificação. A equipe de Grove merece e promete para o ano que vem, com a volta dos motores Renault.
Apesar da reação da Ferrari, dificilmente os títulos de pilotos e construtores sairão das mãos da Red Bull mas, pelo menos, o campeonato parece estar ficando mais disputado. Toda e qualquer hegemonia, cansa. Faltou um pouco mais. Um pouco mais da Williams, um pouco mais de Barrichello e o nome do estreante Daniel Ricciardo, excelente promessa para um futuro próximo sequer foi citado, uma vez que a Hispania, como de costume, ficou para trás.
Continuemos a torcer por um grande espetáculo, que finalmente, parece estar acontecendo. Fiquem com Deus.

sábado, 9 de julho de 2011

À procura de um ídolo

Já repararam como a maioria esmagadora das pessoas não vive sem um ídolo?

Os ídolos são modelos de pessoas, que por muitas vezes nos confundimos e os fundimos com a perfeição, a imortalidade, o inalcançável. Um erro de nossa parte. Básico e grosseiro.

Digo isso porque - e lá vou eu falar de futebol outra vez - assistindo o primeiro jogo - péssimo - do Brasil na Copa América, logo vi que Alexandre Pato parecia ser ´o cara´, o ´novo´ cara, digamos assim. E caí neste pensamento da procura de um ídolo.

Porque logo quando Senna morreu, Barrichello foi automaticamente alçado à condição de novo Senna, novo Deus, novo cara... E o peso foi tamanho em suas costas e ele era tão novo que, apesar de ter o seu estilo e o seu brilho, acabou não conseguindo realizar os sonhos do povo brasileiro.

Já comentei aqui que não curto e não entendo bulhufas de futebol. Sou corinthiano, não assisto jogos, as únicas duas vezes que estive em um estádio foi para levar um amigo sãopaulino de São José do Rio Preto. É... Um corinthiano em jogos do São Paulo. Paciência.

Mas, assisto aos jogos da seleção e sempre soube que Pelé, Garrincha, Romário, Ronaldo, Ronaldinho, Roberto Carlos, dentre outros, sempre foram ídolos. Aqueles caras que chegavam e decidiam, simples assim. Assistindo ao jogo desta semana, me lembrei que já faz um certo tempo que esses caras ou estão fora, ou já não têm o pique de outrora para fazer bonito. É incrível como nossa mente já busca outro alguém que ´salve a pátria´. Todos fazem isso mas, parece que no Brasil é pior ainda.

´Só faltou o gol´, diria Pato mais tarde. Porra! Então faltou tudo! OK, eu não tenho o conhecimento técnico - embora todo brasileiro seja técnico! - para analisar cada jogada, drible, posses de bola e essas coisas todas. Mas, o Brasil caiu de ritmo no segundo tempo, como tem sido nos últimos, sei lá, três jogos. E não teve gol. Pois é, o cara aqui que não entende nada de futebol está desgostoso, porque não teve gols e é o que mais se espera quando se senta a bunda por 90 minutos diante da tv. Ué, eu poderia estar curtindo o meu carro, estudando, indo ao clube e realmente faria isso tudo se não fosse aquela boa e velha esperança de ver um jogo de arrepiar.

Na F1 também é assim. Já repararam quantos caras vieram após o Senna? Felipe Massa, após Barrichello é o caso mais conhecido. Eu mesmo o alcei a posto de ´campeão virtual´ de 2008. Barrichello, Christian Fittipaldi, Ricardo Zonta, Luciano Burti, Massa, di Grassi, Bruno Senna... Cada um deles já levou no capacete - e principalmente nas costas - o peso dos sonhos de cada torcedor brasileiro.

Eu mesmo sou assim. Os ídolos são importantes, reconheço. Mas, é preciso se lembrar que eles não são imortais, nem eternos, muito menos perfeitos. Senna morreu. Não haverá ´novo Senna´. Cada piloto, cada jogador, cada ser humano, qualquer que seja a sua ocupação, tem o seu nome, o seu estilo e as suas características que devem ser sempre reconhecidas e respeitadas. Aqui no Brasil, o vice não vale nada. Uma pena. Para uma pessoa fazer o seu trabalho árduo e chegar em segundo, terceiro que seja é um tremendo sacrifício.

O Rubinho está lá com seus 39 anos, fazendo o que pode com a Williams. Ainda sonha. Ainda corre. Ainda se diverte. É recordista absoluto em grandes prêmios disputados na F1 e ano que vem chega à impressionante marca de 20 campeonatos disputados! Merece reconhecimento. Como Massa e todos os outros.

Daqui a pouco tem jogo da seleção novamente. Boa sorte ao Pato e todos os outros. Busquemos nossos ídolos. Mas, tenhamos a cabeça no lugar. É isso.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

17 anos depois, projetista fala sobre morte de Senna



O mago projetista da atual equipe vencedora Red Bull, Adrian Newey, que também projetou os carros vitoriosos da Williams e McLaren nos anos 90, falou neste fim de semana sobre a possível causa da saída do carro do piloto brasileiro na curva Tamburello, há 17 anos atrás.

´Um pneu furado pode ter feito o carro perder aderência´, explicou Newey, que completou dizendo que quase abandonou a F1 após o acontecido.

O carro tinha falhas, sobretudo na barra de direção, confessou o projetista - mas, o modo como o carro saiu da pista indica que provavelmente o fundo do carro teria raspado o chão, indicando um furo no pneu traseiro direito, ocasionado, com certeza, por detritos deixados pela batida entre J.J. Lehto e Pedro Lamy, no início da corrida.

Nada que irá mudar a minha opinião pessoal sobre o acontecido - a barra de direção foi a culpada e ponto final - mas, sou obrigado a concordar que, dificilmente a verdade aparecerá. Se é que alguém a conhece, a manterá em segredo, com certeza. Enfim, nada que o trará de volta.

Adrian, explica ainda que Ayrton tentou consertar o carro pressionando apenas 50% do acelerador, o que indicaria um conserto típico para saída de traseira e não de frente, o que aconteceria se o carro tivesse a barra de direção quebrada. Apesar de tecer esses comentários baseado em dados da telemetria - que eu nunca soube terem sido amplamente divulgados - ele também se baseia principalmente na câmera traseira do carro do Schumacher, que vinha logo atrás, mas, convenhamos, nunca achei nítidas as imagens, ainda mais a cerca de 310 km/h...

Enfim, a opinião de todos deve ser respeitada, ainda mais do profissional sério e competente que ele é e que projetou o carro. Mas, a minha também deve ser respeitada. A barra de direção com remendo porco não aguentou a vibração - iria realmente se partir em determinado momento, como o próprio Newey declarou neste final de semana - e o carro saiu da pista. Ponto.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Ronaldo parou





Olá amigos,

Ronaldo parou. Craque, exemplo de vida e de superação. Fenômeno. Antes disso, profissional. Antes de tudo, humano. Humano em seus potenciais e qualidades; humano em seus defeitos.
Não possuo o conhecimento, nem as credenciais para falar de futebol, tampouco é de meu interesse. Mas, sou torcedor e acho absurdo a reação das pessoas frente às vitórias e derrotas de seus times. Seres humanos comuns, tornam-se aberrações, desfilando requintes inaceitáveis de violência.
Afinal, o que é um time de futebol? Apenas uma bandeira. E história. A cada ano, vão-se os jogadores, mudam-se os técnicos, aposentam-se os juízes.
E o que as conquistas do ano passado, da década passada ou do século passado influenciam a vida de cada um de nós? Oras...
Ronaldo parou. Alegou que o físico não acompanhava o psicológico. Mas, o psicológico abalou-se com o físico e com o modo agressivo e impulsivo dos torcedores.
O brasileiro, em geral, é assim. Descarrega emocionalmente em algo ou alguém, todas as suas frustrações. Pouco sabe de seus direitos, menos ainda os reivindica. Não busca cultura. Quase não luta por seus ideais. Nos noventa minutos de bola em campo, ele é técnico, é juiz e estrategista. Nada pode abater a sua suposta superioridade. Seu time do coração, torna-se intocável.
Buscasse mais a Deus, do que às religiões, buscasse mais cultura do que aos gramados, conhecesse mais seus direitos e lutasse mais por uma sociedade mais justa e honesta e não amargaria ressacas políticas e morais. Não sofreria a falta de segurança e de saúde. Teria educação no lugar da ignorância.
Hoje, prevalece a imagem, não os valores. O que se tem, o que se veste e o que se dirige - ainda que escondido atrás de um imenso carnê - diz mais do que o que se pensa, o que se faz.
Aqui, infelizmente se deve e não se paga. Nossas autoridades preocupam-se com o volume do rádio de um carro, enquanto assaltantes fazem a limpa em um supermercado e em uma casa, na madrugada.
A estupidez de muitos, transformou o maior artilheiro das copas do mundo em ´gordo, ´gornaldo´, simples assim. Que se dane as alegrias anteriores, sobretudo em 2002 quando, desacreditado, deu a volta por cima, mostrando a todos o quanto o ser humano é capaz. Venceu, convenceu e emocionou. Trouxe alegrias à todos. Mas, hoje é apenas um gordo. Ah, e mercenário... Como se ele só estivesse ali pelo dinheiro. Que jogue a primeira pedra quem toparia jogar de graça, caso tivesse talento. Nem eu!
O brasileiro é assim. Precisa de heróis. Após a morte de Senna, Barrichello imediatamente foi alçado à condição de novo ídolo. Novo herói nacional. Novo Senna. Poucos dão valor ao fato de ter sido duas vezes vice campeão mundial. Na era Schumacher, diga-se de passagem. Ele ser o recordista em número de GPs disputados também pouco importa. Como os torcedores vão se portar então, caso não haja mais pilotos brasileiros na F1? Há cada vez menos pilotos nas categorias de base.
Ronaldo parou. E eu também vou parando por aqui. Esta é uma coluna de F1. Como citei antes, não tenho o conhecimento, nem as credenciais para falar de futebol. Nem interesse. Era para falar sobre o acidente de Robert Kubica, o treino de Bruna Senna, a apresentação dos carros para a temporada 2011, o tempo memorável de Barrichello abaixo de 1min20s em Valência. Mas, em breve a gente volta. Com menos indignação e mais informação. Fiquem com Deus.