domingo, 10 de julho de 2011

Silverstone. Julho de 2011.

No dia 14 de Julho de 1951, Froilán-Gonzalez coroava a Ferrari com a primeira vitória na F1, em Silverstone. Ele ainda está vivo, com 88 anos e daria algumas voltas no circuito este fim de semana para comemorar os 60 anos do memorável feito. Não pode comparecer, pois, estava na Argentina dando entrevistas. Fernando Alonso foi o escolhido para a homenagem, pouco antes da largada da corrida. 52 voltas depois, o espanhol cruzava a linha de chegada em primeiro lugar, com a F150th Italia, alcançando sua 27ª vitória, igualando o feito de Jack Stewart e se posicionando na quinta posição no ranking dos maiores da história, atrás de Schumacher, com impressionantes 91 vitórias, Prost, 51 e Senna, com 41 chegadas no primeiro posto.
Um erro no segundo pit stop de Sebastian Vettel, lhe custou 7 segundos a mais na parada e ajudou o espanhol a alçar a ponta da prova, não largando mais. Finalmente um pouco de sorte em Maranello! Não fosse o erro da equipe, ainda assim Vettel estaria em maus lençóis, pois, Alonso abriu a última volta com 19,9 segundos de vantagem em relação ao alemão. Na linha de chegada, a diferença caiu para 16,5 segundos porque, como de costume, o espanhol quase parou o carro para cumprimentar mecânicos e engenheiros.
Fato estranho foi notar uma ordem de equipe na Red Bull, na última volta. “Maintain the gap” ou ´mantenham as posições´, foi o que foi dito aos pilotos que disputavam a terceira posição. Logo a Red Bull que sempre pregou a igualdade nas pistas e condenava os jogos de equipe. Início de uma pequena tensão? Webber esclareceu mais tarde que, logicamente, ignorou a ordem dos boxes.
Mais para trás, uma corrida fantástica. Schumacher e Hamilton mostraram serviço desde o início. Ambos galgaram várias posições já na largada e continuaram indo para cima. Gostei muito da corrida do alemão. Mostrou que ainda tem sim, lenha para queimar e fatalmente cumprirá os três anos de seu contrato com a Mercedes. Tudo indica que, se tivesse carro melhor, incomodaria muita gente. Hamilton sofreu um pouco com o equilíbrio da McLaren mas, quando estava com pneus novos, era o Hamilton de sempre. Correndo em casa, o inglês fez uma ultrapassagem excepcional em cima de Alonso, que mais tarde daria o troco.
A corrida de Sauber e Toro Rosso também foi brilhante. O mexicano Pérez e o japonês Kobayashi, são um show à parte no batalhão intermediário. Imagino o que eles poderiam fazer em uma equipe maior. Pena que o motor Ferrari da Sauber do japonês o traiu e o deixou na mão. Alguersuari pontuou pela terceira corrida consecutiva. Ótimo feito. Outro erro de box aconteceu com a McLaren, cujo mecânico não parafusou a roda dianteira direita de Jenson Button e logo após voltar para a pista, o piloto se viu obrigado a abandonar em casa, para a decepção do público que lotou o lendário circuito. Ele ainda não subiu no pódio em Silverstone em toda sua carreira na F1.
Tenho um amigo que mora em Londres e estava presente no autódromo. Pela internet após a corrida, ele tentou me explicar o calor da torcida dos ingleses, fanáticos por F1 e pelos pilotos da casa, Hamilton e Button. A Lotus-Renault sentiu a falta do difusor aquecido pelos gases de escapamento – proibido temporariamente pela FIA – e quase não apareceu nas disputas.
Outro que reagiu, apareceu e convenceu foi Felipe Massa. O brasileiro precisa mesmo mostrar serviço e a investida para cima de Lewis Hamilton na volta final, apesar de não ter dado certo, foi decisiva. Fez jus ao salário que recebe e ao carro que tem. É o que se espera de um piloto de F1, principalmente da Ferrari, que está entre os melhores do mundo em busca da liderança. O piloto vem mostrando recuperação constante no grid. O mesmo pode ser dito de Mark Webber, o pole position, que finalmente emparelhou com seu companheiro de equipe. Pastor Maldonado também fez a Williams aparecer um pouco, tanto na corrida, quanto na classificação. A equipe de Grove merece e promete para o ano que vem, com a volta dos motores Renault.
Apesar da reação da Ferrari, dificilmente os títulos de pilotos e construtores sairão das mãos da Red Bull mas, pelo menos, o campeonato parece estar ficando mais disputado. Toda e qualquer hegemonia, cansa. Faltou um pouco mais. Um pouco mais da Williams, um pouco mais de Barrichello e o nome do estreante Daniel Ricciardo, excelente promessa para um futuro próximo sequer foi citado, uma vez que a Hispania, como de costume, ficou para trás.
Continuemos a torcer por um grande espetáculo, que finalmente, parece estar acontecendo. Fiquem com Deus.

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