sábado, 9 de julho de 2011

À procura de um ídolo

Já repararam como a maioria esmagadora das pessoas não vive sem um ídolo?

Os ídolos são modelos de pessoas, que por muitas vezes nos confundimos e os fundimos com a perfeição, a imortalidade, o inalcançável. Um erro de nossa parte. Básico e grosseiro.

Digo isso porque - e lá vou eu falar de futebol outra vez - assistindo o primeiro jogo - péssimo - do Brasil na Copa América, logo vi que Alexandre Pato parecia ser ´o cara´, o ´novo´ cara, digamos assim. E caí neste pensamento da procura de um ídolo.

Porque logo quando Senna morreu, Barrichello foi automaticamente alçado à condição de novo Senna, novo Deus, novo cara... E o peso foi tamanho em suas costas e ele era tão novo que, apesar de ter o seu estilo e o seu brilho, acabou não conseguindo realizar os sonhos do povo brasileiro.

Já comentei aqui que não curto e não entendo bulhufas de futebol. Sou corinthiano, não assisto jogos, as únicas duas vezes que estive em um estádio foi para levar um amigo sãopaulino de São José do Rio Preto. É... Um corinthiano em jogos do São Paulo. Paciência.

Mas, assisto aos jogos da seleção e sempre soube que Pelé, Garrincha, Romário, Ronaldo, Ronaldinho, Roberto Carlos, dentre outros, sempre foram ídolos. Aqueles caras que chegavam e decidiam, simples assim. Assistindo ao jogo desta semana, me lembrei que já faz um certo tempo que esses caras ou estão fora, ou já não têm o pique de outrora para fazer bonito. É incrível como nossa mente já busca outro alguém que ´salve a pátria´. Todos fazem isso mas, parece que no Brasil é pior ainda.

´Só faltou o gol´, diria Pato mais tarde. Porra! Então faltou tudo! OK, eu não tenho o conhecimento técnico - embora todo brasileiro seja técnico! - para analisar cada jogada, drible, posses de bola e essas coisas todas. Mas, o Brasil caiu de ritmo no segundo tempo, como tem sido nos últimos, sei lá, três jogos. E não teve gol. Pois é, o cara aqui que não entende nada de futebol está desgostoso, porque não teve gols e é o que mais se espera quando se senta a bunda por 90 minutos diante da tv. Ué, eu poderia estar curtindo o meu carro, estudando, indo ao clube e realmente faria isso tudo se não fosse aquela boa e velha esperança de ver um jogo de arrepiar.

Na F1 também é assim. Já repararam quantos caras vieram após o Senna? Felipe Massa, após Barrichello é o caso mais conhecido. Eu mesmo o alcei a posto de ´campeão virtual´ de 2008. Barrichello, Christian Fittipaldi, Ricardo Zonta, Luciano Burti, Massa, di Grassi, Bruno Senna... Cada um deles já levou no capacete - e principalmente nas costas - o peso dos sonhos de cada torcedor brasileiro.

Eu mesmo sou assim. Os ídolos são importantes, reconheço. Mas, é preciso se lembrar que eles não são imortais, nem eternos, muito menos perfeitos. Senna morreu. Não haverá ´novo Senna´. Cada piloto, cada jogador, cada ser humano, qualquer que seja a sua ocupação, tem o seu nome, o seu estilo e as suas características que devem ser sempre reconhecidas e respeitadas. Aqui no Brasil, o vice não vale nada. Uma pena. Para uma pessoa fazer o seu trabalho árduo e chegar em segundo, terceiro que seja é um tremendo sacrifício.

O Rubinho está lá com seus 39 anos, fazendo o que pode com a Williams. Ainda sonha. Ainda corre. Ainda se diverte. É recordista absoluto em grandes prêmios disputados na F1 e ano que vem chega à impressionante marca de 20 campeonatos disputados! Merece reconhecimento. Como Massa e todos os outros.

Daqui a pouco tem jogo da seleção novamente. Boa sorte ao Pato e todos os outros. Busquemos nossos ídolos. Mas, tenhamos a cabeça no lugar. É isso.

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